Jesus sempre desejou que os seus discípulos permanecessem juntos, mantendo a unidade, e isto seria de testemunho para que o mundo cresse sobre a autenticidade do seu reino aqui na terra (João 17:20-21). Dons, profecias e ciência eram dispensados aos que se tornavam (e se tornam ainda filhos de Deus), tanto para exercício espiritual, como acessórios para o serviço, na implantação de um grande reino espiritual. Tudo para o aperfeiçoamento dos santos. Zelo não tem faltado aos seguidores e ministros do reino de Deus, no tocante de estarem servindo conforme a maneira mais adequada possível, e nisto não questionamos que exista sinceridade.
O apóstolo Paulo escreve à Igreja de Corinto orientado sobre o exercício dos dons espirituais. Parece que naquela igreja havia na parte de seus membros uma preocupação de se maximizar a si uns sobre os outros quanto ao papel que desempenhavam no uso dos dons espirituais, e nisto estava se perdendo até mesmo o sentido para com o uso dos dons.
Isto levou o apóstolo a escrever aquele famoso texto de I Coríntios 13, onde ele diz nos versículos 1 a 3: ”Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e ciência; ainda que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que eu entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará”.
Nesta carta o apóstolo parece ser provocativo, onde ele toma como exemplos os que não são para qualquer um que se diga cristão, e mexe com aspectos que confeririam sem dúvida uma alta qualificação espiritual a quem os apresentassem, como o falar a língua dos anjos, ter uma fé operante, ser filantrópico e ainda de se sujeitar ao auto sacrifício.
Tudo isto é colocado como “nada”, se não for feito com amor, como coisas que se passam e não trazem nenhum acréscimo à vida espiritual.
Paulo ressalta o amor, como sendo o vínculo da perfeição, o qual faria com que os discípulos de Jesus atendessem ao desejo do seu coração, como expresso no início deste texto.
Conforme a compreensão da Bíblia, apresentada em I Coríntios 13, tudo o que é apresentado como dons, ciência e profecia são “meios da graça”, e não o fim das coisas.
Um dia as profecias serão desnecessárias , as línguas cessarão, e a ciência passará (I Coríntios 13:8), enquanto que o amor é eterno.
Um dia tudo isso será substituído pelo que será de fato permanente (I Coríntios 13:8).
Presenciamos hoje uma divisão no reino de Deus, onde, obreiros se degladiam por suas posições eclesiásticas, de ortodoxia, muitas vezes implicando na falta de amor dispensado aos que sofrem, sendo que, o amor é o que realmente permanecerá..
Que possamos mais nos completar do que nos dividirmos, e enfraquecermos.