“Sonda-me ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos, vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” Salmo 139:23-24.
Marco Antônio de Morais Alcantara
“Sonda-me ó Deus, e conhece o meu
coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos, vê se há em mim algum caminho
mau, e guia-me pelo caminho eterno” Salmo 139:23-24.
Nós vemos aqui uma das orações do salmista Davi, o qual tinha uma grande intimidade com Deus. Dificilmente alguém faria este tipo de pedido, se não tivesse uma grande confiança nesta pessoa; ou seja, Deus. Estamos vivendo e nos surpreendemos com o fim da privacidade, dentro dos recursos aqui da Terra, e Davi, já tinha desde àquele tempo a consciência da onisciência de Deus, e traz à tona o conceito de que Deus é capaz de sondar os corações, penetrar e identificar os sentimentos, além de conhecer também os pensamentos que a pessoa cogita. Isto é até uma das característica que prova a divindade de Jesus Cristo.
Esta oração é de um tanto
corajosa. Quem de nós tem a coragem de fazê-la, mesmo conhecendo a bondade de Deus? Mas esta é a melhor que pode
ser feita por alguém que não deseja praticar o mau, e assim entristecer a Deus,
bem como de perder a comunhão com Ele.
Mesmo sendo nós crentes, convertidos, ainda estamos sujeitos a falhar, de cometer erros, embora não vivamos pecando. Muitos desses nossos erros podem ser chamados de
“os pecados históricos”, os quais, mesmo tendo sido eles já conscientizados deles, e os confessados, e ainda que perdoados, eles causam a nós alguns danos à consciência, e que sempre lembramos que houve um desvio na nossa meta, um "acidente de percurso", ainda que momentaneamente, ou
por longo prazo.
Estou escrevendo à pessoas que desejam agradar a Deus.
Dentro da nossa busca pela
perfeição cristã podemos julgar que imunes ao pecado, mas, muitas vezes, as coisas vão
indo gradualmente em uma determinada direção, sem percebermos. Não é sem razão que Jesus nos alerta para vigiarmos e orarmos (Mateus 26:41).
A oração do salmista chama a
atenção para duas coisas que atuam normalmente juntas quando fracassamos: a primeira delas se refere ao coração, e a segunda,
aos pensamentos. O coração e o intelecto normalmente atuam em associação.
E isso segue à uma cronologia
dentro dos acontecimentos. É nos corações que nascem os desejos humanos. O
coração é tido como a fonte dos nossos sentimentos. Não é sem razão que Salomão nos
exorta lá em provérbios 4:13: “Sobretudo o que deves guardar, guarde o teu
coração, porque dele procedem as fontes da vida”. Isto é, guarde um coração
puro para ter uma vida agradável diante de Deus e de você mesmo, com todas as potencialidades!
Podemos falar no contexto do meio
externo, de modo a influenciar o homem a pecar; mas Jesus nos disse que os maus
desígnios, tais como os homicídios, os adultérios, a prostituição, os furtos, os
falsos testemunhos e blasfêmias, procedem do coração. Jesus procura enfatizar
como a causa primeira para o pecado aquilo que está arraigado dentro do coração do
homem.
O apóstolo Tiago nos diz que “cada
um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e o seduz; então a
cobiça, depois de haver concebido, dá a luz o pecado; e o pecado, uma vez
consumado, gera a morte” (Tiago 1:14-15). Aqui está o mecanismo de quando o
pecado entra no coração, e entra em ação.
Uma vez que o pecado tenha sido
instalado no coração, ele precisará de meios de ação para ser consumado, os
quais serão desenvolvidos por uma articulação criada pelos nossos pensamentos.
Aquilo que pensamos é também
aquilo que somos. Carregamos o nosso "sistema operacional" com "arquivos" procedentes daquilo que vemos,
ouvimos, lemos e aprendemos. Algumas dessas coisas podem agradar o nosso coração...Devemos
então zelar pelos nossos pensamentos, e de nossa vida, sobretudo de
quem aprendemos.
Em Filipenses 4:8 nós lemos que: “tudo
que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é
puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há, e se
algum louvor existe, seja isso que ocupe o vosso pensamento”.
É por tudo isso que o salmista se
socorre à Deus, embora no seu tempo ainda não tivesse sido escrito o novo
testamento e a carta aos filipenses, para que Deus controlasse tanto as suas motivações quanto os seus
pensamentos; coração e intelecto, e que desta forma, ele fosse conduzido pela
via que o conduzirá ao caminho eterno.