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A ORAÇÃO QUE JESUS NOS ENSINOU


"Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque são estes que o Pai procura para seus adoradores." João 4:23


O que nos ensinou Jesus sobre a oração?

Temos dos seus ensinamentos algumas orientações, além de um modelo de oração.

Em Mateus no capítulo 6: 5-8 Jesus fala daquele que ora, do Pai celestial, e da recompensa alcançada.
Em primeiro lugar Jesus fala sobre a visibilidade. Não agir como os hipócritas que oram com o fim de serem vistos pelos homens. Inclusive, Jesus diz que o que eles queriam eles já ganharam, ou seja, a recompensa. Sabemos que Jesus não está reprovando a oração em comunidades, mas sim criticando uma atitude hipócrita de alguns homens que queriam mostrar a si mesmos e aos outros que eram do “clube dos bons”.

Pelo contrário, existe o espaço para a privacidade. Entra no teu quarto...sim, aquele quarto onde você vive e se organiza...e Deus te vê. Muitas vezes também adotamos um jardim de oração, ou coisa semelhante, onde podemos ficar a sós com Deus. Em Toulouse-Fr, eu conheci um homem que sempre me abençoava quando eu passava por um lindo local chamado Canal du Midi. Era um convertido da igreja dos ciganos. Ele dizia com exuberância: Aqui eu falo com Deus todas as manhãs.

Jacó estava fugindo de seu irmão Esaú quando, em um lugar hostil, improvisou um local para dormir, se servindo de uma pedra como travesseiro. Jacó dormiu e sonhou com uma escada cujo topo atingia o céu, e os anjos de Deus desciam e subiam por ela. Diz o texto que “Perto dele estava o Senhor” (Gênesis 28:13). Deus lhe confortou e lhe fez promessas sobre a sua vida, remetendo para os seus propósitos (ali estava a história da salvação) e o abençoando. Quando Jacó despertou do seu sono ele disse: “Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não sabia. Quão temível é este lugar! É a casa de Deus, a porta dos céus” (Gênesis 28:16-17).

Gosto daquele hino dos nossos irmãos da Assembleia de Deus, que diz algo assim: “Eu sou aquele o Grande Eu Sou, que onde estais estou também”.

Fala com ele em secreto. Ninguém precisa ouvir, e validar o teu pedido, somente Deus.

Ninguém da terra precisa te intermediar, somente Jesus e o seu Santo Espírito que nos auxilia.

Jesus também nos orienta para falar com Deus de modo racional, e inteligível. Podemos nos abrir com Deus, sem usar chavões, frases prontas que as vezes nem conhecemos o significado delas. Não usar de repetições. Não seremos ouvidos por pressionarmos a Deus.

Tudo isso porque o nosso pai sabe o de que temos necessidade antes que peçamos (Mateus 6:8).

Jesus ensinou um modelo de oração. Dele compreendo alguns pontos essenciais:

Deus nos céus e nós na terra.

Deus pai provedor e nós filhos.

Nós personalizados e a nossa vida com um propósito dentro do seu reino.

Partiremos então para a famosa “oração dominical”, a partir de Mateus 6:9-15 e discutiremos alguns dos seus ingredientes.

Os tratamentos e pedidos serão listados:

Pai nosso que está nos céus

A primeira coisa que se depara é que o pai é nosso, e não somente meu ou seu. Isto nos leva a refletir que outros também tem a Ele como pai.

Estar nos céus...em Eclesiastes o pregador fala que “Deus está nos céus, e tu na terra...(Eclesiastes 5:2)”.

Pensando nos céus, algumas coisas podemos pensar.  

Os céus como algo acima de tudo, superior e intocado pelas intempéries. Muito mais sublime do que tudo o que temos a nossa volta.

Podemos pensar também no tamanho dos céus. Inclusive, nos dias atuais, temos tido a visão de que, por exemplo, o Universo não tem limites conhecidos, fala-se de dimensões e até de universos paralelos.

Quem fez os céus, e, qual é a grandeza e qual é a sabedoria Dele? Em Isaías 40:22 Deus se apresenta como aquele que estendeu os céus, e pergunta sobre a quem Ele precisou tomar conselhos (Isaías 40:13-14).

Diante desta magnificência, a oração prossegue com:

Santificado seja o teu nome

Ou seja, separado de todo nome seja o teu nome. Como pergunta Deus em Isaías, “A quem me comparareis, para que eu lhe seja igual” (Isaías 40:25)?

É uma expressão de adoração e de reconhecimento de que o nosso Deus está magnificado acima de tudo, e que não é comparável a qualquer outro padrão que reconhecemos.

Então, a sequência do adorador deve prosseguir com:

Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como nos céus

É um pedido justo, a alguém que merece. É o pedido que o governo de Deus seja exercido sobre todas as coisas, tanto nos céus como aqui na terra; é uma atitude de submissão do adorador àquele que é justo, puro, capaz e competente de fazer todas as coisas (Isaías 40:14).

Daí, vem então os pedidos “pessoais”.

O pão nosso de cada dia dá-nos hoje

Sim, o nosso sustento é de fundamental importância para Deus. A insegurança pode nos levar à ansiedade e à depressão. Como disse Jesus no sermão da montanha, “a vida é mais importante do que o alimento, e o corpo mais importante do que as vestes” (Mateus 6:25).

O apóstolo Pedro nos diz: “Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (I Pedro 5:7).

O Salmo 127:2 nos diz sobre o pão que “... aos seus amados ele o dá enquanto dormem”. É uma maneira de dizer que podemos até nos esforçar, mas quem garante o sustento é Deus.

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoados aos nossos devedores

Eita! Agora sim pegou!

Estamos sujeitos a pecar sim! O apóstolo João nos diz: filhinhos meus, não pequeis. Mas se alguém pecar, temos advogado junto ao Pai. Jesus Cristo, Justo.

Apesar de sermos falhos, Deus não nos desampara. Deus não nos atende porque somos bonzinhos...os méritos são do seu filho Jesus Cristo.

Em nossos negócios terrenos podemos algumas vezes ser maltratados ou injustiçados por nossos semelhantes, e estarmos cobertos de razão. Mas Jesus cobra uma pureza de coração para com todos os que invocam a Deus como pai. Em coerência com os demais ensinamentos do mesmo sermão, Jesus requer que se tome atitudes semelhantes às do Pai Celestial, que “faz nascer o sol sobre bons e maus, e a chuva sobre justos e injustos” (Mateus 5:45). 

Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal

Todos os que passaram por uma jornada já significativa de vida podem compreender significativamente isso. Em nossa luta pela subsistência, temos as demandas de cada dia. Temos também as nossas motivações que são aliás o fruto de estarmos vivos. Estamos sujeitos a falhar em nossas avaliações, e a tomar canoas furadas.  
  
Estamos sujeitos a nos confrontar com propostas tentadoras, prometendo coisas ilusórias e milagrosas que não tem sustentação. São atalhos para a felicidade, riqueza, promoção social, e que por fim nos colocarão em contradição com a vontade de Deus.

O apóstolo Paulo fala à Timóteo que “os que querem ficar ricos caem em tentação e ciladas...” (I Timóteo 6:9).   Paulo também exorta a Timóteo que fuja das paixões da mocidade (II Timóteo 2:22).

Seja em qual for o contexto, as tentações prometem frutos que não tem duração, e o seu fim é amargo, e de promover o distanciamento do filho para com Deus. Este é o maior prejuízo, além das decepções.

Com as forças humanas não conseguimos vencer as forças do mal, por isso o pedido: livrai-nos do mal.

Teu é o reino, o poder, e a glória para sempre

A oração finaliza com um pedido de adoração, confirmando os propósitos do reino divino, assim como que a ação e a gloria devem ser creditadas a nosso Deus e pai.

Ainda no final da orientação Jesus faz a exortação no sentido de se ter um coração semelhante ao do Pai, no sentido de perdoar aos nossos semelhantes as ofensas cometidas. Deus não nos trata conforme as nossas iniquidades, mas se compadece. Assim devemos ser uns para com os outros, e aquilo que tinha uma dimensão individual passa a ter uma dimensão coletiva, dentro dos eternos propósitos de Deus.

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