"E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo muito falar serão ouvidos. Mateus 6:7"
Uma das preocupações que a Igreja sempre teve é a de não agir sem autenticidade. A Igreja sempre teve, também, a preocupação de não agir segundo a objetivos que sejam diferenciados da sua vocação natural, que é a de glorificar a Deus, e em total devoção a Ele. Jesus apresenta algumas atitudes dos religiosos de sua época, aqui na terra, e as compara com as atitudes dos verdadeiros filhos de Deus.
Com base em Mateus no capítulo 6, e versículos 1 a 18, Jesus denuncia algumas atitudes religiosas distorcidas, tais como:
-Parecer “justo” perante os homens, com o fim de serem vistos por eles (Mateus 6:1).
-Fazer alarde pelas obras filantrópicas, ou esmolas, de modo a serem vistos como “bons” perante os homens (Mateus 6:2).
-Orar em público, buscando encontrar visibilidade (Mateus 6:5), ou, “jejuar” demonstrando um ar “contristado”, de modo a se parecerem “religiosos” perante os homens (Mateus 6:16).
Sobretudo o que Jesus fala sobre estes homens é que eles estão simplesmente buscando visibilidade “espiritual” ou “religiosidade” perante a sociedade, e não exercendo nenhum tipo de ação verdadeiramente direcionada a Deus.
Podemos considerar que, algumas das ações citadas fazem parte de nossas liturgias, mas o contexto é diferente, onde devemos fazer com sinceridade (ou nos sentirmos tentados a impressionar a congregação).
Nos dias atuais, alguns conceitos, tais como: “crer em Deus”; “ser um cristão”; “ter uma mentalidade religiosa”, nunca estiveram tão requisitados, embora eles sejam mesmos importantes, contudo, nunca, no país se esteve tão marcado pela presença de “falsos cristãos”, ou, “cristãos esteriotipados”.
Os textos do discurso de Jesus vão mais além, de onde se concebe também a ideia de alguém querer “impressionar” a Deus .
Jesus falava esta palavra para os seus discípulos, e ensina que não devemos orar com “vãs repetições”, presumindo que pelo muito falar seríamos ouvidos (Mateus 6:7). Ele ressalta que esta atitude é dos gentios (ou daqueles que não conhecem a Deus).
Contrariamente à atitude daqueles que não conhecem a Deus na sua intimidade, Jesus coloca este conceito na vida dos filhos de Deus, os quais têm um privilégio muito mais relevante do que apenas impressionar a sociedade, ou a comunidade local.
Dentro deste sentido, Jesus nos fala que, cada um dos atos religiosos, ou de piedade devem ser realizado de modo que possam estar preferencialmente anônimos, ou desapercebidos pelos homens; mas visível em especial pelo Pai, o qual vê em secreto.
Muito profunda esta expressão “ver em secreto”, a qual denota intimidade, como que, se outros não pudessem ver; é por isso que Ele nos diz, por exemplo, para “orarmos em nosso quarto”, ou seja, onde represente o nosso domicílio que melhor represente a nossa intimidade.
Ali você é “quem você é de fato”!
Dentro da mesma ideia do nosso, quarto, muitos tem um “jardim de oração”. É aquele lugar que, segundo os pregadores, antes de você chegar lá, Deus já está lá te esperando.
Existem também os que oram “ de madrugada (Prov. 8:17), mas, não existe poder por estár no quarto, ou no horário, mas sim, se busca uma condição particular do despojamento de coração, e da conexão integral com Deus.
Cabe ressaltar que, estamos permanentemente diante da presença de Deus, e que, um coração sincero não foge da presença de Deus.
Quando chegamos a Ele, Ele já estava nos acompanhando, já via tudo antes (Salmos 139:1-3), e sabe de tudo o que nos virá depois (Salmo 139:5); e por isso, sabe de tudo o que vamos falar (Salmo 139:4), e, consequentemente, lhe pedir.
Contrariamente aos casos dos religiosos estereotipados, Jesus nos garante que o Pai, que nos vê em secreto, pode validar os nossos atos de adoração, e nos recompensar, recebendo a nossa adoração, ou mesmo concedendo os nossos desejos, quando em encontro com a sua vontade.
Inclusive, sobre os nossos pedidos, Jesus nos fala que o nosso Pai conhece as nossas necessidades antes que lhe pedimos (Mateus 6:8).
Como nos diz o salmista, “O Senhor conhece os dias dos íntegros, e a herança deles permanecerá para sempre” (Salmo 37:18.
Como se tem ressaltado neste blog, este tipo de homem é o que Deus procura para ser seus adoradores; “que o adorem em espírito e em verdade” (João 4:23).
Então, se conclui que o homem procura ser bom, justo, e religioso; mas o verdadeiro Justo, Bom, e Santo é o próprio Deus, o Pai, e que cabe ao homem andar em sinceridade e em dependência para com Ele.