"Prata e ouro são os ídolos deles; obras de mãos de homens. Têm boca e não falam; têm olhos, e não veem; têm nariz, e não cheiram. Suas mãos não apalpam; seus pés, não andam; som nenhum lhes sai da garganta.” O que se conclui é que: os que os adoram, tornam-se semelhantes a eles, mortos e sem direção" Salmo 115:4-7
O que pode ser compreendido como um deus?
Se formos considerar o que tem sido ditado como conceitos do mundo secular, talvez podemos dizer que, historicamente, eles têm sido compreendidos como entidades que se rivalizam pelo controle de toda a fenomenologia que afeta o nosso mundo conhecido, o cosmos; vivem em um ambiente animista, e, muitas vezes, são setorizados como os deuses da fertilidade, das boas colheitas, e até dos prazeres da humanidade; sua comunicação muitas vezes é vista através dos fenômenos da natureza, tais como, o trovão, ou os da astronomia, principalmente, onde, legendas foram criadas para as constelações do céu, as quais mudam de posição no céu durante o ano, em movimentos simultâneos ou concomitantes com os fenômenos que regem a natureza.
Compreende-se, conforme a história, que os homens temiam a esses deuses, e supostamente faziam a eles sacrifícios, de modo a agraciá-los. Altares eram construídos, onde, até mesmos os filhos eram sacrificados, como oferta. Um exemplo desses deuses era Moloque. Outros deuses também eram conhecidos, como Baal e Astarote.
Nações em particular possuíam cada qual os seus deuses, de modo que os seus povos se submetiam a eles, para que se negociasse o bem estar, e também de serem poupados de males dos quais eles eram vulneráveis. Isto está em acordo com o conceito que se admite em nossos dias, de que os deuses eram concebidos pela interação dos homens com as forças da natureza, e dos poderes que elas representavam.
Segundo a Bíblia, o Deus eterno, ou o Deus de Israel, trouxe à humanidade o conceito de um Deus único, o criador dos céus e da terra, o qual se contrapõe aos deuses criados pela imaginação humana.
Revelado pela Bíblia, no Salmo 115, o texto se inicia dizendo: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória” (Salmo 115:1). No Salmo 115:3, ainda se diz: “No céu está o nosso Deus, e tudo faz como lhe agrada”.
É o conceito de um Deus soberano, autônomo, não criado pela imaginação humana, revelado por Ele mesmo, e que, em Isaías 40:14 se diz: “Com quem tomou Ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho do entendimento?”. Trazendo um novo conceito acerca de um deus, em Isaías 40: 18 se pergunta: “Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com Ele?”
Mostra-se, portanto um Deus superior, incomparável, dotado de autonomia diante de todos e de tudo, onipotente, e que não deve explicações para ninguém. Sobretudo, um Deus “vivo”, personificado, em contraste com os deuses materializados pela mão do homem. Ainda no Salmo 115: 4 a 7, se diz: “Prata e ouro são os ídolos deles; obras de mãos de homens. Têm boca e não falam; têm olhos, e não veem; têm nariz, e não cheiram. Suas mãos não apalpam; seus pés, não andam; som nenhum lhes sai da garganta.” O que se conclui é que: os que adoram aos deuses mortos, tornam-se semelhantes a eles, mortos também e sem direção.
Se observa do texto que os deuses da terra, em contraste com o Deus dos céus, é a concepção de algo concebido e materializado conforme a imaginação do homem. O Deus dos céus é o criador, enquanto que os deuses da terra são o resultado das criações do homem . Uma coisa que se torna oportuna é que Deus, quando criou o homem, procurou fazê-lo conforme a sua imagem e semelhança, isto dito com respeito aos valores morais e eternos, mas o homem caiu, e perdeu essa imagem e semelhança, e passou então a substituir o Deus eterno por deuses que são construídos a partir de sua imagem (do homem), semelhança e valores terrenos.
O coração do homem está morto, e adora deuses mortos. Mas Deus considera o seu lugar de superioridade perante os demais deuses, ou de qualquer potestade espiritual, e se coloca como um Deus presente na vida dos homens; em Isaías 57:15, Ele diz, através do profeta:”Por que assim diz o Alto e Sublime, que habita na eternidade, e cujo trono é santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o coração dos contritos”.
Deus se revela como um Deus que é universal, disponível à todos, suficiente para todas as coisas, completo, e que busca o homem.
Os protocolos de adoração mudam; a oferenda mais preciosa ao Deus eterno é o coração. Como diz um texto muito conhecido: “Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o pai em espírito e em verdade; por que são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (João 4: 23-24). Este é o texto onde o Deus encarnado, o filho, Jesus, falou à mulher que é conhecida como a “mulher samaritana”; mas antes, Ele prepara o caminho, rompe com a nacionalidade exclusiva de Israel, dizendo: “Mulher, podes crer-me, que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai” (João 4:21).
Samaria era uma região de Israel que foi marcada por uma prática de culto dedicado a Deus mas também a ídolos. Havia uma ruptura entre judeus e samaritanos. Jesus trouxe a reconciliação entre judeus e samaritanos.
Não somente em Israel, pois o apóstolo Paulo, falando de um propósito eterno de Deus, nos diz que o sangue de Cristo aproximou os que “estavam longe” (os que não eram judeus ou Israelitas) dos que “estavam perto” (judeus e Israelitas), unindo, estabelecendo a paz, e formando um só povo, comprado pelo seu sangue (Efésios 2:14-14).
Isto tem se cumprido, de forma que, em I Tessalonicenses 1:9 o apóstolo Paulo afirma que eles "deixando os ídolos, converteram a Deus, para servirem o Deus vivo e verdadeiro".
O Deus eterno não é como os deuses concebidos pelas cobiças das nações. Se propõe a dar vida, e não coisas. Como já inferido, o Deus eterno criou o homem para que este o adorasse e tivesse com Ele comunhão. Mas o homem, se distanciou dele, e preferiu fazer a vontade dele (do homem). No entanto, Deus preferiu fazer o seu resgate, e Ele mesmo veio ao mundo e se tornou o sacrifício, dando o preço em resgate do homem, a fim de poder remi-lo e lhe dar vida eterna.
O Deus eterno não tem caprichos...só quer a felicidade do homem. Contudo, outras coisas procuram ocupar o lugar de Deus no coração do homem, de modo a requere a sua devoção, e vão requerer sacrifícios.
Neste sentido, uma questão se faz é: Qual é o deus que a humanidade está servindo ?
Seja um sistema (até mesmo religioso), seja uma dependência, seja uma devoção a algo que prende as mentes, e governa o coração , o que estes deuses estão pedindo, cobrando, o que têm sido sacrificado nos altares destes deuses, no atual contexto?
Portanto fica o apelo: ”Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” Isaías 55:6.