"Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém" Efésios 3:20-21
Marco Antônio de Morais Alcantara
O estudo tem base no primeiro capítulo de Filipenses.
Em Filipenses 1:3 Paulo escreve:
“Dou graças à Deus por tudo o que
recordo de vós”, e, segue com: “fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós,
em todas as minhas orações” (Filipenses 1:4).
Será que o apóstolo Paulo se expressou demais? Estamos já bastante acostumados a ver algumas cobranças que se fazem nos púlpitos, em determinados locais, podendo chegar até mesmo à palavras duras, que nos fazem sentir pequeninos, e, dificilmente, é dado algum estímulo que leve o conforto aos membros, pelo que eles são, ou pela maneira como eles tem agido. Não estamos querendo pleitear aqui possíveis atitudes meritórias, sabendo que a nossa suficiência vem de Deus, e à Ele deve ser dada toda a glória, mas...o que teria então levado o apóstolo Paulo a reagir desta maneira, como no texto?
Paulo faz uma declaração muito alvissareira. Já pensou se a nossa igreja recebesse uma carta como esta?
Paulo ainda declara um voto de
confiança, de gratidão à Deus, e se coloca como intercessor daquela igreja, a
de Filipos; este papel ele também exerceu junto à outras igrejas, às quais ele
dava orientações pastorais.
Sabemos, entretanto, que, de outro modo, em
cartas à outras igrejas, o apóstolo repreende severamente, assim como, ele teve grandes opositores, tendo, então, até mesmo que tomar medidas drásticas de disciplina; mas aqui, o
apóstolo relata da boa cooperação ao evangelho que os filipenses prestavam.
Mais ainda, toca profundamente o
versículo 6 do capítulo 1 da carta aos filipenses, onde ele diz: “Estou
plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completa-la
até o dia de Cristo Jesus”.
Aqui, vemos o apóstolo expondo o que mais poderia justificar o seu zelo pelos crentes de Filipos. Não obstante o seu zelo, e sofrimentos pessoais que ele polarizara pela causa do evangelho, particularmente por aquela congregação (onde ele declarava que os trazia em suas algemas, conforme o versículo 7).
Paulo sabia que os irmãos filipenses eram, antes de
tudo, frutos do amor de Deus, o qual foi a causa primeira de suas conversões, e
que, as suas vidas já estavam determinadas nos planos de Deus, rumo à
maturidade.
Uma das primeiras atitudes que se
deve tomar no ministério é: assumir que o rebanho é fruto do amor anterior que existiu no coração de Deus, e o rebanho não é propriedade do obreiro que os evangelizou, mas responsabilidade; Deus foi a causa primeira de tudo, e é o
consumador de toda boa obra.
Deus concedeu ao rebanho algumas faculdades espirituais que podem ser desenvolvidas para o aperfeiçoamento. Paulo os queria alertar para o crescimento espiritual.
Conforme a informação de que ele intercedia pelos filipenses, uma pergunta resta: o que o apóstolo Paulo pedia pelos filipenses, em suas intercessões?
Conforme os versículos seguintes,
nós vemos que Paulo orava para que o amor dos filipenses aumentasse cada vez
mais em “conhecimento” e “percepção”. Este conhecimento é apresentado em outras
orações semelhantes, feitas por Paulo, como nas cartas de Efésios e Colossenses,
e que conduz à operosidade da fé mediante o poder que é dado em Jesus Cristo, o mesmo poder que o ressuscitou dentre os mortos, avivando suas
vidas, e dando à eles visão acerca de suas vocações, heranças e esperanças em
Cristo Jesus.
Desta forma eles teriam também a
capacidade de ter a seletividade para aprovar as coisas excelentes, e de
frutificar na obra de Deus. Além disso, em outras palavras, “não iriam se deixar de levar
por qualquer coisa”.
Neste sentido, acredito que sobre à igreja atual podem ser atribuídos os mesmos dons que permitam o
aperfeiçoamento espiritual aos filipenses, e que, se somos salvos estando ainda sujeitos à
algumas limitações deste corpo, como da susceptibilidade ao pecado, Deus pode e
quer agir de modo operante em nós, concedendo vitórias sobre a carne, e alegria
nas tribulações, assim como, tendo a convicção e a esperança do nosso chamado,
de modo a termos uma vida frutífera e operante diante do mundo, no qual resplandecemos como “luzeiros do mundo”, conforme Filipenses 2:15.
Isto conheci em minha vida como “consagração”. Alguns à entendem como "perfeição cristã".
Assim seja conosco.