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QUANDO A PALAVRA PROFÉTICA SE TORNA ESCASSA

"Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou com instância para que não chovesse sobre a terra, e por três anos e seis meses não choveu."  Tiago 5:17
                                                           

 Marco Antônio de Morais Alcantara

Eu gostaria de contar um pouco da história do profeta Elias.

Algumas características do tempo de Elias:

Os reis estavam prevaricando o reino de Israel. Israel era uma nação conduzida por Deus, com um propósito especial.

Acabe e Jezabel, sua mulher, não só não temiam ao Senhor, como também fizeram o que era mau perante Ele; incentivando a idolatria no país, e ainda patrocinando os sacerdotes idólatras.

Israel foi a nação escolhida por Deus para o cumprimento de seus propósitos, de trazer a salvação e a redenção da humanidade; era uma nação teocrática, sendo o rei alguém responsável pela vida espiritual do país.

Por seus procedimentos, Acabe e Jezabel provocaram o Senhor à ira, fato que é relatado nas escrituras.


A história que eu quero retratar se inicia no livro de I Reis, no capítulo 17, e termina no capítulo 18, quando inicialmente Elias se apresenta perante o rei e anuncia que, segundo a sua palavra, não haveria chuvas nem orvalho durante todo o período seguido até que ele anunciasse o retorno.

O momento era caracterizado por cegueira nacional.

Até aqui se pode remarcar o quanto uma nação pode ser afetada espiritualmente, pelas atitudes e posturas de seus líderes. A decadência espiritual da nação se deu ao mesmo tempo em que se deu a decadência espiritual do palácio.

Hoje, embora o regime seja de laicidade, a mesma preocupação pode ser tomada, mesmo que o líder não seja o responsável como sacerdote. Embora a estrutura político administrativa para os estados nacionais hoje seja diferente, e que para Israel foi um caso diferenciado, não se deve esquecer que as nações foram feitas para honrar e glorificar a Deus, e os seus reis não deixam de ser responsáveis perante Deus. 

Um chefe de nação pode ou não induzir o povo à pecar, através das coisas que ele prestigia.

A maturidade de um líder, a sua hombridade, a sua transparência e honestidade são necessárias em qualquer sistema político.

Nenhum trono subsiste com a mentira, a exploração, e a iniquidade.

Nenhum trono subsiste também com a luxúria.

E notemos que o palácio em Israel acolhia à quatrocentos profetas de Baal, um deus estranho, que representava a outros povos, sendo, portanto, a atitude dos reis, além de idolatria e provocação à Deus, também uma traição nacional, infidelidade para com Deus e para com o povo.

Como o palácio poderia sustentar a tantos profetas em tempos de crise econômica? Os governos corruptos não se preocupam em justificar os seus gastos, e chega até não serem escondidos..  

Para uma nação como Israel tudo isso deveria ser compreendido como aberração.

A palavra profética havia desaparecido, por causa da perseguição aos verdadeiros profetas, que falavam em nome do Senhor.
    
Elias mesmo teve que ficar oculto, sustentado por Deus mediante meios miraculosos; Elias foi sustentado pelos corvos que lhe trazia pão, de depois por uma senhora viúva, que tinha os seus recursos incertos.

Quando Elias se viu no momento de se anunciar ao rei Acabe, ele solicitou a Obadias que atuasse como porta-voz. Este se viu em desespero e ameaçado quanto à sua vida, para que atuasse no caso, até que Elias o tranquilizou. Obadias foi um funcionário do rei que em secreto sustentou de 50 a 50  a 100 profetas do Senhor, à pão e água.

Como dito, a palavra do Senhor estava escassa, e ainda, o rei preferia dar ouvidos aos profetas mentirosos, que só falavam "coisas boas" para o rei; era a mídia mentirosa da época. Elias era visto como um "subversivo". 

Registra-se que quando Acabe viu a Elias, ele perguntou: és tu ?, ó perturbador de Israel !

Talvez, nos dias de hoje seja como retalhar a um inimigo político, ridicularizando-o.

Sabemos como a história termina, com a vitória de Elias sobre os profetas de Baal, quando Baal se manifestou mudo perante os seus sacrificadores, além da retorno do povo à sanidade espiritual.

A lição fica:

O estado e a religião: cuidado!

A verdade e a justiça das instituições. De que lado ela está?

Hoje, enquanto estado laico, temos as palavras de Jesus, que nos confortam ( João 10: 4 e 5)
As minhas ovelhas me seguirão, não ouvirão à estranhos, por que não lhe reconhecem a voz.

A palavra de Deus e os ensinamentos de Jesus Cristo nos são referência para estarmos seguros naquilo que devemos seguir, e aferir as atitudes daqueles que se apregoam como salvadores da pátria.

E Graças a Deus, que sempre tem o seu remanescente fiel.
       





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