"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" II Timóteo 2:15
Ser um obreiro na igreja envolve
uma grande responsabilidade, diante de Deus, e diante dos homens, envolvendo a
sociedade, familiares, e o mundo. A vida do obreiro deve ir em consonância com
a Palavra, além do que, em caso contrário ele se torna um estorvo para o evangelho. Estamos num
momento onde as instituições têm sido desacreditadas, e lamentavelmente, algumas
instituições evangélicas. Por isso o artigo procura enfocar as características
de um obreiro, de modo a estar em acordo com o que se requer para tal, segundo as escrituras. Algumas
considerações são apresentadas com base nas orientações à Timóteo e a Tito.
Em primeiro lugar, são apresentados
alguns requisitos imprescindíveis aos que querem ser obreiros; entendemos aqui, como aos que se sentem chamados para serem pastores ou presbíteros, ou diáconos. O apóstolo
Paulo afirma que: "quem aspira ao episcopado, excelente obra almeja", e então ele apresenta estes requisitos, em I Timóteo 3:1-13:
Ser irrepreensível. Nada como este requisito para os dias atuais, onde
a nossa sociedade está cada vez mais reclamando a integridade das pessoas que
assumem responsabilidade, principalmente quem envolve terceiros, ou a sociedade,
e representa uma instituição. Além do fato de que um obreiro representa a
instituição, a igreja a qual ele representa, acima de tudo, ele representa o
evangelho de Cristo.
Ser irrepreensível representa
condições básicas para a sustentação moral do obreiro.
Ser esposo de uma só mulher. Não conheço na Bíblia alguma passagem
do novo testamento onde algum servo de Deus tenha tido mais do que uma esposa; mas
creio que isto pode ressaltar a importância da saúde matrimonial, da pureza nos
relacionamentos, assim como uma vida sentimental e sexual equilibrada; além de tudo, uma vida de honestidade. A monogamia e a fidelidade são coisas prioritárias no casamento, protegidas pela moral e pela ética.
Ser sóbrio. Envolve as posturas típicas diante de situações
adversas, tanto nas reações como no modo de falar e de se expressar. Esta
característica assume importância quando se está nos momentos em que se tenha de
transmitir moderação, e de dar o equilíbrio necessário ao grupo.
Modesto. Esta palavra representa o simples, e o despretensioso.
Pode dar a ideia do contentamento com as coisas mais simples. A atitude de
alguém que não é modesto é exatamente o contrário disto, e, muitas vezes, são
decorrentes da falta desta característica por parte alguns obreiros, a grande
parte dos problemas que vividos hoje nas comunidades. O evangelho não se impõe
mediante o uso de ícones materiais ou pela superioridade humana.
Hospitaleiro. É característica daquele que acolhe, de alguém que
provê ao próximo uma condição de bem estar.
Apto para ensinar. O ensino é uma ferramenta importante na pregação
do evangelho e no doutrinamento cristão. O evangelho não é um conjunto de
rituais, mas um conhecimento que liberta e que, por ele o cristão vive e se
desenvolve, de modo a ter uma vida que agrade a Deus e sirva ao próximo.
Não dado ao vinho. Ser
moderado no beber, e não amigos dos prazeres.
Ser inimigos de contendas. Não ter prazer e contender. Deve ser o
contrário que é apresentado a seguir.
Cordato. Aquele que não diverge. Obviamente que esta característica
se harmoniza com a aptdão para ensinar quando se deve colocar os rumos certos.
Lidar com a comunidade não é nada
fácil. Dentro de uma comunidade pode haver diferentes opiniões, que podem ser
radicalizadas, assim como pode existir grupos que se cristalizam conforme as
opiniões conflitantes e os seus interesses, de modo que, coisas que
aparentemente poderiam ser relativamente simples, se tornam extremamente
complexas, pelas resistências que surgem. O líder não pode de algum modo ser
influenciado pela dinâmica que surge no meio onde ele está apascentando.
Não avarento. Isto é um dos pontos relevantes no que se refere à
personalidade do líder, visto que o reino de Deus não é uma fonte de lucro,
mas, pode ser até o contrário. No bom ministério se vive uma vida até abnegada,
como é apresentado pela vida dos apóstolos citados pela Bíblia.
Bom líder familiar. Alguém que governe bem a sua casa, e que crie
os filhos sob disciplina, e com todo o respeito. O texto também é
autoexplicativo onde, se alguém não governa bem a sua casa, como poderá cuidar
da casa do Senhor? Nos dias atuais temos visto que obreiros não podem falhar no
trato com os seus familiares, por se ocupar com as atividades da igreja. Deve
haver um equilíbrio.
Também, se recomenda que o
obreiro não seja neófito, e que
tenha bom testemunho dos de fora.
Um neófito é alguém ainda novo na
fé, e por consequência, inexperiente. Muitas vezes vemos o caso daquele irmão
que se converteu, e está radiante; quer pregar para todo mundo sobre o que Jesus
fez na sua vida. Todavia, a igreja muitas vezes lhe confia grandes responsabilidades,
as quais ele ainda não pode suportar, ou, algumas vezes este irmão vem a se ensoberbecer.
Uma característica importante
para o obreiro é o bom testemunho dos de fora.
Ainda, no mesmo texto, Paulo fala
dos que aspiram o diaconato; estes devem ser da mesma forma homens irrepreensíveis,
respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados à muito vinho, não cobiçosos, e
conservando a fé e a boa consciência. Estes homens devem ser experimentados, e,
se mostrarem irrepreensíveis, que exerçam o diaconato.
Observa-se que é importante que
sejam experimentados, pois nunca se deve atribuir uma grande responsabilidade a
alguém que não tenha ainda mostrado o seu desempenho, e o seu caráter.
Conforme as cartas de Paulo à Timóteo
e a Tito. Algumas outras características seguem,
Uma delas é que o obreiro deve
preservar a fé e a boa consciência. Isto é como tesouros que devem ser
guardados.
Outra recomendação é a de se
fortalecer nas escrituras.
Ainda se pode falar do
distanciamento para com as falsas doutrinas e os ensinamentos de homens. Para
se ter cuidado para com as novidades da época. Muitas destas doutrinas eram
decorrentes da presença dos judaizantes na Igreja, reclamando protocolos que
eram exclusivos à judeus, e representavam sobras que coisas que viriam. Hoje,
não se vê um cenário muito diferente no meio evangélico, onde aparentemente, o
que Cristo fez não tem sido suficiente para alguns. Sempre querem colocar
algumas coisas à mais junto.
Uma outra, é a valorização da
vocação e da ordenação recebida. Não se fazer negligente para com o dom
recebido.
Pode-se falar do distanciamento
para com as paixões mundanas, e para com os negócios mundanos. Contrariamente,
para se pensar no galardão celestial e da vida vindoura.
Finalmente, pode-se falar da
defesa do evangelho, do seu alcance e da misericórdia para com os homens que
ainda não se converteram.