Em um momento particular da trajetória política deste país, muitos pensam nos seus candidatos para 2018.
Como um evangélico tradicional, talvez
eu fosse escolher dentre eles os meus candidatos, mas com quais critérios eu
faria as minhas escolhas?
Em primeiro lugar, um candidato que
se apresenta como evangélico para mim tem que ser alguém que tenha entregado
totalmente a sua vida ao Senhor Jesus, e que isto seja tão real que se torne manifesto
através do seu testemunho público, e ainda de modo que este tenha sido até perseguido,
como Daniel ou José; aliás, o apóstolo Paulo adverte a Timóteo de que todo
aquele que quiser viver piedosamente sofrerá perseguição. Além disso, salvo justificativas
ou evidências muito claras, que não seja pastor, ou cantor, ou qualquer outro
que tenha um ministério, pois, no bom sentido, estes já foram separados desde a
eternidade para um papel especial no reino de Deus, e assim, estariam se
distanciando da vocação a que foram chamados. Também, tem que ser
irrepreensível como Josué, e corajoso como Davi; que tenha o seu sim, sim; e o
seu não, não, e nunca se dobre diante das circunstâncias políticas. Que não
endosse políticas opressoras, como fez Roboão, o qual provocou a divisão do
reino de Israel, e nem como Jeroboão ou Acabe, que induziram o povo ao pecado
de idolatria; que não busque o seu interesse pessoal, e que não aceite o
suborno contra o inocente, como diz o salmista. Que tenha vontade política em
favor dos fracos, dos órfãos, das viúvas e de todos os que se acham
desemparados. Que não seja parcial com os ricos, como adverte Tiago em sua
epístola, mas que condene a injustiça contra todos os que têm a vender somente a
sua força de trabalho. Que considere que tem também Senhor nos céus, a quem
deverá prestar contas a Deus de tudo o que fizer. Que se reconheça pecador,
remido por Deus, mas que governe tanto para crentes como para incrédulos, se
lembrando que um dia também foi carente da graça de Deus, e, naquilo que possa
proporcionar, faça como Deus, que faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e a
chuva sobre justos e injustos (como se diz nas bem aventuranças). Considere
sobretudo que, embora Deus seja o senhor da história, não estamos em uma
teocracia, mas em uma democracia; que não misture governo civil com religioso. Que
semeie a paz, a educação e todos os recursos que façam diminuir a violência. Que
seja nacionalista como Neemias, e que não se prostre perante outras nações,
pois Deus quer ser honrado e glorificado em todas as nações, não se agradando
do espólio nacional. E finalmente, que viva uma vida piedosa materialmente como
o apóstolo Paulo recomenda a todos os que servem a Deus.
A propósito, onde estaria hoje alguém
com esse perfil em nosso meio evangélico...?