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DEUS NÃO TEM PRAZER EM ENTRISTECER OS SEUS SERVOS

“Tu, Senhor, por teu favor fizeste permanecer forte a minha montanha; apenas voltaste o rosto, fiquei logo conturbado” (Salmo 30:7)   


Muitas vezes somos surpreendidos por alguma cascata de eventos que abatem a nossa vida, e nos fazem tirar o sossego. Inclusive, não aceitamos tais coisas porque sempre, tudo o que não está no nosso planejamento não costuma ser bem recebido, ainda mais aquilo que vai nos atrapalhar. Nestas horas questionamos sobre Deus, e o que Ele tem a ver com tudo o que está acontecendo; e até mesmo o julgamos, como se Ele fosse o culpado, senão, atribuímos a Ele como se Ele estivesse nos punido por alguma coisa que fizemos ou que deixamos de fazer. É a religião do “causa e efeito”, ou “efeito-causa”: “fazemos o bem”, e Ele nos abençoa; ou, “fazemos o mal”, e Ele nos castiga.


Nós nos apoiamos sempre no momento determinado, tipo, “o que aconteceu?”, e, “o eu que fiz de errado?”, para merecer isso! O rei Ezequias, quando o profeta lhe comunicou que ele morreria de uma enfermidade, ele clamou a Deus, e reclamou diante Dele da sua retidão de coração durante a sua caminhada de vida e no exercício do seu reinado. Conforme o texto bíblico de Isaías 38: 2-3, “virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao Senhor. E disse: Lembra-te Senhor, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo”. Ezequias teve coragem de se colocar na balança de Deus, e, como diz, tinha consciência de ter estado sempre sob os olhos de Deus, demonstrando temor; mas não se exaltou disso, pelo contrário, ele se humilhou e se mostrou impotente diante daquela situação; reconheceu isso diante de Deus. Deus se compadeceu dele e lhe deu mais quinze anos de vida.
     
Como é que um pai educa os seus filhos?

Aqueles que são pais sabem o quanto é difícil administrar disciplina aos seus filhos, principalmente quando se tem que tomar algumas medidas que vão contraria-los, ou entristece-los. Os verdadeiros pais sofrem mais...

E muitas vezes o problema que nos está inquietando nem é o resultado de um castigo ou de disciplina.

Mas, Deus está a nos dirigir e a nos conduzir para o centro de sua vontade. A nossa trajetória parece ser conduzida por nós, quando nos movimentamos conforme os nossos propósitos e motivações. E para alguns, Deus está “lá de cima” nos abençoando, quando estamos no bom caminho. E daí, quando a coisa não vai como planejamos...entramos em crise.

Eu prefiro optar pela outra maneira, que nós estamos a caminhar na trajetória desta vida procurando ser criteriosos, assim como desenvolver os nossos projetos, certos de que “Ele é que opera em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2:13); assim como, Ele tem um propósito para a nossa vida, e que, sem dúvida, é sempre maior do que tudo aquilo que pensamos ou imaginamos, ou desejamos (Efésios 3:20), e que por mais grandiosos que sejam os nossos projetos, nenhum deles pode ser maior do que ter a Ele em nossas vidas, e Ele zelará tanto para o cumprimento dos nossos planos, quando em acordo com a sua vontade, assim como nos manter na dependência Dele.

É clássico o exemplo de José, relatado de Gênesis 37 a 45. Vendido pelos irmãos, preso pela falsa acusação da mulher de Potifar, no Egito, por preferir manter a sua integridade; ele certamente não entenderia o que estava acontecendo com ele, principalmente por que ele sofreu por ter se mantido íntegro. Se ele tivesse caído em tentação, seria até mais lógico para ele aceitar, pois estaria "pagando pelos seus erros". Era até o contrário do caso da religião efeito-causa. E tudo aquilo era a ação ou permissão de Deus para o cumprimento dos grandes projetos que Ele tinha para a sua vida. E José não somente foi o governador do Egito, o segundo depois de Faraó, como também ajudou a livrar a terra de uma grande fome que viria. Antes, sofrendo sob a vontade de Deus, depois, sendo o instrumento de Deus para a humanidade de sua época, e até para hoje, para preservar o povo de Deus.

Jesus curou um cego de nascença. Os seus discípulos perguntaram ao mestre (penso que com em tom de julgamento) sobre quem havia pecado, ele ou os seus pais, para que Ele nascesse cego. Mas Jesus respondeu que nem ele e nem os seus pais pecaram, mas aquilo era para que nele fossem manifestas as obras de Deus (João 9:2-3). Jó passou por toda aquela tormenta relatada acerca dos seus sofrimentos, e os seus amigos vieram questiona-lo sobre o pecado que ele havia cometido. Jó defendeu a sua integridade perante Deus e perante os seus amigos, e não pecou com suas palavras, testemunhando já nos primórdios da civilização, que ele cria que o seu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra (Jó 19:25). Jó estava com o seu testemunho participando da história da salvação, a maior história do universo.

Mas quero falar sobre outro tipo de circunstância, conforme já citado, de que Deus zelará para mantermos sob a sua dependência. Como diz o salmista Davi no Salmo 30:6, “Quanto a mim, dizia eu na minha prosperidade: jamais serei abalado.”

Muitas vezes quando caminhamos com paz, sucesso e bem estar que Deus nos concede, temos a tendência a pensar que nada estranho irá nos acontecer. É uma tendência do ser humano; inclusive nos esquecemos facilmente dos benefícios que alguém nos faz.   O salmista reconhece esse erro em sua vida quando ele diz: “Tu, Senhor, por teu favor fizeste permanecer forte a minha montanha; apenas voltaste o rosto, fiquei logo conturbado” (Salmo 30:7).  

Na hora que “a coisa pega’ caímos na real. E foi o que aconteceu com o salmista. Ele clamou: “Que proveito obterás no meu sangue quando baixo à cova? Louvar-te-á, porventura, o pó? Ouve, Senhor, e tem compaixão de mim; sê tu, Senhor, o meu auxílio. (Salmo 30:9)”.

Os versículos seguintes são de louvor e agradecimentos do salmista pela libertação recebida: “Converteste o meu pranto em folguedos; tiraste o meu pano de sacos e me cingiste de alegria, para que o meu espírito te cante louvores e não se cale. Senhor, Deus meu, graças te darei para sempre” (Salmo 30:11-12).

Observamos que houve a confissão, o reconhecimento dele sobre a sua auto-confiança, e o apelo para o socorro divino. E, no final, ele louva a Deus, como Senhor Deus meu. Agora tudo o que ele tinha era Deus.

De modo geral o que se obtém daquele que sofre segundo a vontade de Deus é o reconhecimento e o aprendizado. Como diz o salmista anônimo do Salmo 119 “Foi bom eu ter passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” (Salmo 119:71). Ou ainda: “Antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo a tua palavra” (Salmo 119:97).

Mesmo o rei Ezequias, em sua oração de agradecimento pelo livramento, disse: “Eis que foi para a minha paz que eu tive grande amargura; tu, porém, amaste a minha alma e a livraste da cova da corrupção, por que lançaste para trás de ti todos os meus pecados” (Isaías 38:17).

O sofrimento segundo Deus têm propósitos, que é o de nos aperfeiçoar e nos guardar para a salvação, que é o propósito principal, e para o cumprimento dos seus outros propósitos em nossa vida, sobretudo, de nos conservar nele. Como diz o salmista do salmo 30: “Não passa de um momento a sua ira, o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30:5).    

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